Fonte: ANSA
JUSTIÇA ITALIANA DIVULGA MOTIVAÇÕES DA PRISÃO PERPÉTUA DE ARGENTINOS
ROMA, 19 JUN (ANSA) - A Corte de Apelação de Roma, que divulgou as motivações da condenação à prisão perpétua de cinco ex-oficiais da Armada argentina, sustentou que está "amplamente comprovada" suas responsabilidades no homicídio de três italianos, desaparecidos no país sul-americano durante a ditadura militar (1976-83).
Essa corte estabeleceu que está "amplamente comprovada a responsabilidade dos imputados" nessas mortes, inclusive porque "nos anos da ditadura foi realizado o mais trágico genocídio da história argentina".
Os ex-oficiais da Armada argentina condenados são Jorge Eduardo Acosta, Alfredo Ignacio Astiz, Jorge Raul Vildoza, Hector Antonio Febres e Antonio Vañek.
Os cinco foram condenados pelo seqüestro e assassinato dos italianos Maria Aietta de Gullo, Giovanni Pegoraro e a filha deste, que estava grávida, Susana Pegoraro, que tinha dupla-cidadania ítalo-argentina.
"Os episódios individuais descritos na imputação não são frutos de 'excessos', aos quais poderiam ter se submetido frações enlouquecidas das forças armadas, e sim são conseqüência de um planejamento calculado, iniciado antes mesmo da realização do golpe", afirmam as motivações.
O texto, de 96 páginas, redigido pela Corte presidida por Mario Lucio D'Andria, agrega que "os membros da junta militar planejaram a matança, pedindo a subalternos a execução material e reconhecendo a estes ampla autoridade na eleição dos alvos a serem atingidos".
As ações pelas quais os cinco ex-oficiais da Armada argentina responderam perante a Corte de Apelação de Roma "ocorriam em deprecio às normas vigentes e aos direitos humanos fundamentais e sua difusão, com idênticas modalidades em todo o território nacional e durante toda a duração da ditadura, o qual nos leva a excluir que tivessem sido realizadas sem ordens diretas de seus superiores".
Em conseqüência, para a Corte, não há dúvidas: "os três cidadãos italianos foram assassinados". (ANSA)
19/06/2007 12:57
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